ZERO

Moramos numa galáxia espiral,
Quase esquina com Andrômeda.
Um sol de grandeza infinitesimal 
E uma pretensão anômala.

Umbigo centro do mundo
Cercado de periferia.
No centro dele, iracundo,
Buraco negro de pia.

A anos-luz de distância
Lá nos confins do universo
Um ponto de luz conclama:

Porque tanta arrogância
Se és apenas um verso
Do nada que se declama?