REENCONTRO

Tantas coisas tuas, que se foi tão cedo.
Pequenos guardados no baú de latão
Forrado de veludo, com cadeado e segredo
Longe de olhares curiosos com o meu coração.

São como hóstias consagradas no sacrário,
Joias raras protegidas com infravermelho,
Sensor de presença que proíbe o meu relicário,
Exceto ao sol renovado pelo sagrado escaravelho.

Apenas coisas, objetos e tão solenes,
Embalsamados em tiras de alvo linho
Para que permaneçam em mim perenes.

Um dia nos encontraremos noutro plano
Dispo o corpo e minh'alma será o vinho
Para a tua sede de sorver um oceano.