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24/08/2016

CORDEL DA ANTA QUE CHEGOU Á PRESIDÊNCIA
Relato das peripécias da moça burra que pegava onda
na maré vermelha.
Minas é terra boa e hospitaleira
e à nação deu filhos renomados.
Mas como os dedos da mão
têm as suas diferenças
uns tem caráter
que a boa formação
aprimora com o tempo,
muito embora outros tantos
parecem que tem quebrantos
e com pouco discernimento
enveredam pelo mal.
Diz-se na minha terra,
as altaneira gerais,
que barrigada perdida
é como pau que nasce torto
e não se endireita jamais.
Mas a terra hospitaleira
quando não gera recebe
a todos da mesma maneira,
e de braços abertos
acolhe gente de casa
e também gente estrangeira.
Assim foi que um belo dia
vieram pras alterosas
gentes de muito longe.
De mala, cuia e tranqueira,
cruzaram o grande mar,
dobraram serras e montes
e em Belo Horizonte
por fim vieram dar.
De um país das oropa
que se chama Bulgária
vieram os Rousseff
para em Minas morar.
O povo por demais estranhou
o nome desta família
que pra cá se mudou.
Parece marca de xarope
ou de remédio pra lombriga,
todo o povo comentou.
Entre os filhos dos Rousseff
uma logo se destacou.
Muito viva e conversada
a todos encantou.
A mocinha foi crescendo
e entrou pra faculdade
e já em tenra idade
outros caminhos trilhou.
O livros deixou de lado
e no risco no bordado
sua sorte costurou.
Virou revolucionária
e com gente boa e ordinária
em armas a moça pegou.
Roubo banco, matou gente,
fosse milico ou inocente,
a moça não se tocou.
Deu tiro, armou bomba,
fez a aconteceu,
até que um certo dia
com os burros n'água deu.
Puxou cana dura
e em plena ditadura
viu o sol nascer quadrado.
Disse que levou porrada,
encarou o pau de arara
mas permaneceu calada
e a sua boca não abriu.
Como ela está inteirinha,
não tem marca de pancada,
olho torto ou cicatriz,
fica o dito pelo não dito
e não sei se acredito
no que ela sempre diz.
A vida segue adiante,
o sol nasce e se põe,
o dia vira noite,
a noite vira dia
e a moça foi avante.
Mudou-se pro sul do país
e como era de esquerda
entrou pra militância
de um partido novo
que dizia amar o povo
sem nenhuma relutância.
Foi subindo, subindo,
virou secretária de estado
no Rio Grande do Sul.
Enquanto você ia
ela já estava vindo
com o angu mexido
e duas pedras na mão.
Era chefe temido
e com grande alarido
esculachava geral.
Destratava subalterno
e xingava de montão
quem atrasava o despacho
na sua repartição.
Criou fama de valente
e de moça competente,
botou a cabeça de fora
e saiu do anonimato
igual sai da toca o rato
de olho no parmesão.
Viu que era a sua hora,
chegou sua vez e agora
a favor da correnteza
foi remando com a mão.
A sorte então lhe sorriu
quando um cabra da peste
com seu jeito cafajeste
a toda nação iludiu.
Um sujeito iletrado
que falava tudo errado,
tanto fez que conseguiu
a cadeira de presidente
do coitado do Brasil.
Crescendo o olho na moça
de quem se falava bem
fez dela ministro
das Minas e Energia
e depois da Casa Civil.
Não a mal que sempre dure
e após cagadas mil
há quem afirme e assegure
que nunca a história viu
tanta burrice e incompetência
nesta terra varonil.
O famigerado dirigente
passou a faixa de presidente
cujo broche de ouro
de repente sumiu.
A moça desconhecida
foi por ele indicada
e venceu de balaiada
a concorrida eleição.
Qual coelho da cartola
sacado na prestigitição
a moça virou mandatária
preterindo gente famosa,
raça vil e asquerosa,
que em louca polvorosa
foi lhe beijar a mão.
Foi então que a bela vaca
encaminhou-se para o brejo
levando junto a nação.
A antiga roubalheira
agora é brincadeira
e o que se rouba hoje
em moeda estrangeira
se conta de bilhão em bilhão.
Dona Dilma nada via
e compraram refinaria
que ia pro ferro velho
a preço de ocasião.
Só não disseram que o preço
era de rede de joalheria
nas melhores avenidas
em lojas chic e de grife
em Paris, Londres, Milão.
Estava aberta a porteira
e a boiada estourou.
Quem não roubou que roubasse.
Vacilou, perdeu a chance,
entre na fila e dê o lance
no sorteio da próxima licitação.
Dona Dilma distraída
nada via ou sabia
da roubalheira à luz dia
que sangrava o país.
Assinou cheque sem fundo,
pedalou apesar do congresso
que vive em recesso
como se o ano inteiro
se resumisse a janeiro
e o resto fosse férias
pra durar o ano inteiro
de janeiro a janeiro.
Sacou a fundo perdido
deu no Brasil um perdido
e agora lava as mãos.
Era muita papelada
e milhões de assinaturas,
assinou em confiança
e agora feita a lambança
quer tirar o seu da reta.
Vai contratar advogado
porque o que lhe foi recomendado,
além de incompetente
disseram que é chegado
em se trancar no banheiro
com revista de sacanagem.
Mandou o Cardozo embora,
está com a bunda de fora
e já não vê a hora
deste drama terminar.
Quando setembro vier
vai fazer as suas malas
e pra Bolívia se mudar.
Evo é bom companheiro,
e em Maduro, de jeito "manera"
ela não é besta de confiar.
Cagada por cagada
ela prefere no seu banheiro
onde papel higiênico
nunca há de lhe faltar.
Vai reabrir minha lojinha
em Caracas ou La Paz.
A esta altura do campeonato
lá ou cá tanto faz.
"Chega mais freguesia,
olha só o precinho a 1,99.
Vou fazer promoção e pramocinha
vender mandioca na feira
e lindas bolas coloridas.
A bola já vem com cachorro
e com crianças divertidas
pra correr ladeira abaixo;
as bolas atrás dos cachorros,
sobe rua, descem morros
num alarido infernal geral.
Como o ar é rarefeito
vou vender ar de garrafa
pros índios melhor respirar.
Sai a coca entra o vento
e o povão dos altiplanos
nunca mais vai se cansar.
A noite vou dar aula
de discurso e oratória,
mas esta é outra história
e não é da sua conta
quanto é que vou cobrar".
O povo brasileiro
tá de olho na folhinha,
fazendo novena pro santo,
encomendando missa
e rezando ladainha.
O impiche é coisa certa
e com a porteira aberta
a boiada vai passar.
Senador que se preza
vai ajudar na reza
e seu voto confirmar.
Dez, nove, oito, sete,seis...
Viva a contagem regressiva
que todos nós começamos
pro processo acelerar.
Já não é sem tempo
que esta cria de jumento
arrume um passatempo
que não seja governar.
Aqui termina o relato
da moça que veio de baixo
e subiu feito foguete
pra do alto despencar.
Dona Dilma Rousseff
foi joguete do mequetrefe
que contava confiante
que iria se eternizar.
Só não contavam com a astúcia
de um certo juiz ligeiro
que trabalha o ano inteiro,
sem hora pra descansar.
Xô, cambada, passa súcia,
a farra chegou ao final.
Podem largar o osso,
o seu angu tem caroço
e gato dentro da tuba.
O angu descaroço
o gato está escaldado
e a conta do desfalque,
noves fora vai a doze
desce três vai a catorze
ou mais anos de prisão.
Se contarem as mutretas
e derem nomes aos bois
pode ser que se releve
e a pena seja leve
do outro lado da vida,
na hora do ajuste de contas
com São Pedro no portão.
O capeta de soslaio
já sabe de antemão
que o recurso pro purgatório
está fora de questão.
Ligeiro feito um raio,
mandou aumentar o fogo,
por mais lenha na fogueira
por baixo do caldeirão.

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