Após longos e intermináveis 13 anos, chegamos ao fim das trevas.
Enfim viramos a página mais negra da história do Brasil.
O cataclismo passou. Chegou a hora de abrir caminho entre as ruínas e os escombros da pátria. Vamos limpar as ruas e iniciar a reconstrução do país.
De minha parte, quero esquecer esta quadra tenebrosa. De minha boca, a partir de hoje, não mais xingamentos raivosos. Quero arquivar definitivamente estas tristes lembranças. O terreno está limpo. Salguei o chão. Não há mais o menor vestígio do que edificaram sobre um pântano de ignomínia.
Nunca mais na história deste país governos corruptos, imorais e propensos à ideologias estranhas à nossa tradição democrática. Nunca diga nunca mais. Reconsiderando, melhor manter os pés no chão e pedir a Deus que nos ilumine para que não elejamos oportunistas, demagogos ou ideólogos de teorias políticas que a história está cansada de comprovar ineficientes. Neste regimes, os projetos de poder equalizam a miséria e, contraditoriamente, privilegiam os comitês e as nomenclaturas.
Hoje o foguetório saldou o início de uma nova era. A bem da verdade, o horizonte à nossa frente ainda está carregado. O imediato em comando passa ao largo do compromisso com uma política séria. Seus antecedentes desabonam a sua figura empertigada. Seu fisiologismo e apurado faro para as oportunidades são semelhantes ao gato à espreita da vítima desavisada.
À parte o seu curriculum cheio de suspeições, espero que o novo comandante tenha consciência da oportunidade que a história lhe apresenta e, a exemplo do saudoso Itamar Franco, consciente de suas limitações, escolheu uma equipe competente e comprometida com os interesse do povo. Os sucessores de Itamar apropriaram-se do seu mérito e alardearam aos quatro ventos a redenção da economia que possibilitou os programas sociais e as conquistas subsequentes.
Espero que Michael Temer, agora livre das chantagens das ratazanas, tenha a coragem necessária para enfrentar os grandes desafios; a humildade e o bom senso para escolher brasileiros comprometidos com a nação e surdos ao canto da sereia dos interesses corporativos.
Agora não há mais desculpas para adiar as reformas fiscal, política e previdência social. A lua é de fel. A reserva de paciência da nação está no limite e não há tempo para contemporizações e promessas.
Enfim, Michael Temer é o que temos à mão. Dois anos e alguns meses são, de fato, pouco tempo, e há muito o que fazer. A exiguidade temporal e a grandeza da missão são desafios a serem compatibilizados para realizar a empreitada. A história premia os corajosos e os registra como estadistas. Aos omissos, oportunistas e covardes, o esquecimento e, quando muito, aparições nos rodapés de almanaques de farmácia do interior.
Nenhum comentário:
Postar um comentário