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29/08/2016

ESCRAVO
Nos porões desta nau degradante
Cruzei todos os mares da loucura,
Até o cais onde aportei ofegante
Sob um jugo que transfigura.
Escravo de vossa beleza, senhora,
Arrasto os grilhões e o meu lamento,
Sem saber ao certo, e a que hora,
vais me punir com o livramento.
Em vossas mãos está quem se pretere
minha vida e por certo a minha morte,
Jazigo de obstinado desatino.
Me comprazo em servir a quem me fere
E de bom grado me entrego, de sorte
Que temo o castigo e a ira do Divino.

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