AGONIA
A penumbra do meu quarto é morna.
A luz difusa é lua que entra
entre as ripas da janela
desenha grades em meu peito.
No criado um copo de conhaque.
O cigarro acesso no cinzeiro.
Meu LP de amarguras
ressoa boleros passionais.
Meus olhos pregados no teto:
m céu roto e mofado,
encardido e desbotado.
Limbo tenebroso
de sombras e fumaça.
Lembranças flutuam,
vão e vem no turíbulo pagão.
A luz difusa é lua que entra
entre as ripas da janela
desenha grades em meu peito.
No criado um copo de conhaque.
O cigarro acesso no cinzeiro.
Meu LP de amarguras
ressoa boleros passionais.
Meus olhos pregados no teto:
m céu roto e mofado,
encardido e desbotado.
Limbo tenebroso
de sombras e fumaça.
Lembranças flutuam,
vão e vem no turíbulo pagão.
A noite é uma criança
que não pega no sono.
que não pega no sono.
A madruga se estende
sem compromisso com o tempo.
Nunca amanhece.
Tresnoitado conto os minutos
e os segundos eternos.
Meu despertador barulhento
é uma goteira infernal.
sem compromisso com o tempo.
Nunca amanhece.
Tresnoitado conto os minutos
e os segundos eternos.
Meu despertador barulhento
é uma goteira infernal.
Deito o teu porta-retrato
num gesto de raiva
Para que você não me veja
neste estado lastimável.
Que bobagem...
num gesto de raiva
Para que você não me veja
neste estado lastimável.
Que bobagem...
Outro conhaque e mais um cigarro.
Outro bolero e após
um lindo samba canção.
Uma triste balada,
minha amiga e companheira,
tocou a noite inteira.
Amanhã bem cedo
a agulha no fim do disco
vai me encontrar oscilando.
A música acabou.
Minha vida também.
Outro bolero e após
um lindo samba canção.
Uma triste balada,
minha amiga e companheira,
tocou a noite inteira.
Amanhã bem cedo
a agulha no fim do disco
vai me encontrar oscilando.
A música acabou.
Minha vida também.
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