Recordando o affair Rosemary (princesa) e o sapo (lula)

CORDELZINHO DA PRINCESA E DO SAPO (As aventuras da princesa sapeca e do sapo safado)

Uma princesa quarentona
e um sapo presidente.
Ela esperta e bem virona,
ele matreiro e indecente.

Olhando-a de viés, de soslaio,
o sapo percebeu a oferecida
que logo simulou um desmaio
para o sapo ampará-la comovida.

Olhos nos olhos, quanto ternura...
Corpos que se abraçam com desejo.
Minha potranca, pedacim de rapadura,
Padi Ciço me acuda, que eu fraquejo.

O Amor é um voo enebriante.
Amar é um sonho indizível.
E o sapo sapeca, exultante,
levou-a no Aerolula conversível.

Arrivederci, Roma,
Paris, Washington, Berlim.
Sem você, amada amante,
O que será de mim?

O poder subiu-lhe à cabeça
e a princesa pirou completamente.
E por muito estranho que pareça
nomeava mais que o presidente.

Enquanto a primeira dama dormia
a princesa não brincava em serviço.
Faço e desfaço, nomeio à tua revelia,
e Marisa que se dane, se perdeu o viço.

Mas a sorte é madrasta e vingativa...
Não mais que de repente a casa caiu.
O caso veio público e Marisa quer oitiva
com a vagaba que de repente sumiu.

A princesa escondeu-se num palácio
e o sapo safo caiu no oco do mundo.
Ela, muda, desaprendeu a Flor do Lácio.
O sapo disse que se chama Raimundo.