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30/04/2019

HORÓSCOPO PARA MAIO
Com o Professor Astrolábio está de férias, escalamos o astrólogo PROFESSOR ANTARES para brindá-los com o horóscopo do mês.
Professor Antares é positivista, estuda os mapas astrais nos conformes da síntese, vai direto ao ponto e detesta lero-lero.
Aquário - Atenção com a sua conta d'água. Tem muitos hidrômetros desempregados fazendo bico para as companhias de saneamento.
Peixes - Atenção nas guelras, olhos e escamas. Tem muito peixeiro vendendo Romários por peixe.
Áries - Estude para ter um futuro melhor. Buenos Áries não é a capital da Argentina
Touro - Se para o Touro sua casa é o seu castelo, então, para sua segurança, mude para o estábulo.
Gêmeos - Deixe de ser tarado e pare de dormir com a namorada do seu irmão.
Câncer - Mude a sua dieta para verduras e legumes orgânicos.
Leão - Já era. Hoje existem muitos reis da selva e todos vivem em Walt Street (o que não é o seu caso).
Virgem - Estão em extinção. Mude para uma cidadezinha no interior de Minas e se junte às sobreviventes.
Libra - Tenha ambição e procure ser libra esterlina.
Escorpião - Deixe de ser temperamental e faça Ioga.
Sagitário - Deixe de ser alcoviteiro. Arco e flecha não é sua - é com o Cupido.
.Capricórnio - Pare de ser pessimista. Nem tudo tende a dar bode.
Versinho borrado
Prezado, o Lacto Purga já era,
também a ameixa preta e o Tamarindo.
Querias apenas libertar o mandela
e um tsunami de merda tá vindo.

29/04/2019

Visões espetaculares do astro-rei, nossa fonte de vida.
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NASA Goddard
Today, Feb., 11, 2015 marks five years in space for NASA's Solar Dynamics Observatory, or SDO, which provides incredibly detailed images of the Earth-facing side of the sun 24 hours a day. Capturing an image almost once per second, SDO has provided an unprecedentedly clear picture of how massive explosions on the sun grow and erupt ever since its launch in 2010. More: http://go.nasa.gov/1FyHz91
In honor of SDO's fifth anniversary, NASA has released a video showcasing highlights from the last five years of sun watching. The first is a time lapse of the past five years. Different colors represent different wavelengths of extreme ultraviolet light, ultraviolet light, and visible light, which in turn correspond to solar material at different temperatures.
Nada mais cretino e mais cretinizante do que a paixão política. É a única paixão sem grandeza, a única que é capaz de imbecilizar o homem.

Nelson Rodrigues
Se o Jean Wyllys cantar o Pink, será que o Pink Floyd?
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Clube do Amor
Um abajur cor de carne, um lençol azul. Cortinas de seda... O seu corpo nu...
Você vem não sei de onde... Eu sei, vem me amar. Eu nem sei qual o seu nome, mas nem preciso chamar...
MEU SEGREDO
CASTRO ALVES.
Eu tenho dentro d'alma o meu segredo
Guardado como a pérola do mar;
Oculto ao mundo como a flor silvestre
Lá no vale escondida a vicejar.
Eu guardo-o no meu peito... É meu tesouro,
Meu único tesouro desta vida.
— Sonho da fantasia — flor efêmera
Uma nuvem, talvez, no céu perdida...
Mas que importa? É uma crença de minha alma
— Gota de orvalho d'alva da existência
Última flor, que vive aos raios mornos
Do sol de amor na quadra da inocência.
Só, quando a terra dorme solitária
E ergue-se à meia-noite, branca, a lua,
E a brisa geme cantos de tristeza
Na rama — do pinheiro — que flutua;
E quando — o orvalho pende do arvoredo
Que se debruça p'ra beijar o rio,
E as estrelas no céu cintilam lânguidas
— Pérolas soltas de um colar sem fio;
Então eu vou sentar-me sobre a relva,
Eu vou sonhar meus sonhos ao relento,
E só conto o segredo de minh'alma
Das horas mortas ao tristonho vento.
II
Eu sei como este mundo ri d'escárnio,
Deste aéreo sonhar da fantasia.
Eu sei P'ra cada crença de noss'alma,
Ele tem uma frase de ironia...
Ah! Deixai-me guardar o meu segredo:
Deste riso cruel eu tenho medo...
Meu segredo? É o canto de poesia
Que suspirou saudoso o gondoleiro,
Que vai morrer gemente sobre as praias.
— Da despedida pranto derradeiro —
Mais aéreo que as vozes da sereia
— Alta noite — sentada sobre a areia.
Meu segredo? É o soluço d'alma triste
Que conta sua dor à brisa errante.
É o pulsar tresloucado de meu peito
A repetir um nome delirante.
Tímido anelar de edêneo gozo,
Castelo que eu criei vertiginoso.
Criei-o numa noite não dormida,
Após vê-la entre todas — a rainha;
Criei-o nestas horas de delírio
Em que sentira em fogo a fronte minha
E o sangue galopava-me nas veias
E o cérebro doía-me de idéias ...
E quem na vida não amara um dia?
E nunca despertara ao som de um beijo?
Quem nunca na vigília empalecera,
Ao seguir co'o pensar louco desejo?
Quem não sonhara ao colo voluptuoso
Da sultana louçã morrer de gozo?
Uma noite tentei fechar as pálpebras,
Debalde revolvi-me sobre o leito...
A alma adejava em fantasias d’ouro,
Arfava ardente o coração no peito.
A imagem que eu seguia? É meu segredo!
Seu nome? Não o digo... Tenho medo.
Ai! Dói muito calar dentro em nossa alma
Este anelar fremente de desejos! ...
Ai! Dói muito calar o róseo sonho
Que sonhamos: dormir entre mil beijos
Num seio que de amor todo estremece,
Quando o olhar de volúpias esmorece...
Dói muito... Mas dói mais uma ironia,
Quando adeja o pensar no firmamento,
Dói muito... Mas dói mais um desengano,
Quando se vive só de um sentimento,
Quando o peito cifrou sua esperança
Em beijar da mulher a negra trança.
Que ventura! Aos teus lânguidos olhares,
Beber — louco de amor — seiva de vida...
Sorver perfume em teus cabelos negros,
Sentir a alma de si mesmo esquecida...
E de gozo de amar louco, sedento,
Viver a eternidade num momento!
Que ventura! Sorver co'os lábios trêmulos
Em teus lábios — de amor — o nome santo...
Que ventura! Fitar-te os negros olhos
Desmaiados de amor e de quebranto...
E reclinada a fronte no teu seio,
Sentir lânguido arfar em doce enleio...
Mas que louco sonhar... Ó minha amante,
Que nunca nos meus braços desmaiaste,
Que nem sequer de amor uma palavra
Dos meus lábios em fogo inda escutaste,
Perdoa este sonhar vertiginoso.
Foi um sonho do peito deliroso.
E, se um dia, entre as cismas de tua alma,
Minha imagem passar um só momento,
Fita meus olhos, vê como eles falam
Do amor que eu te votei no esquecimento:
Recorda-te do moço que em segredo
Fez-te a fada gentil de um sonho ledo...
Recorda-te do pobre que em silêncio
De ti fez o seu anjo de poesia.
Que tresnoitou cismando em tuas graças,
Que por ti, só por ti, é que vivia.
Que tremia ao roçar de teu vestido,
E que por ti de amor era perdido...
Sagra ao menos uma hora em tua vida
Ao pobre que sagrou-te a vida inteira,
Que em teus olhos, febril e delirante,
Bebeu de amor a inspiração primeira,
Mas que de um desengano teve medo,
E guardou dentro d'alma o seu segredo!
CASTRO ALVES.
Espumas flutuantes, 1870

28/04/2019

HUMOUR

COUR FÉDÉRALE SUPRÊME OUVRE UN BISTROT Á LA COUT (+)

SUPRÊME - Enojados da comidinhas manjadas na casa, STF perdeu a paciência e abriu enchérir  (licitacão) para dar um tapa no menu demi bouche.
Segundo Marco Aurélio Pedatinho, "Temos passado maus bocados com a baixa gastronomia servida à guisa de uma refeição minimamente decente. Ainda outro dia, meu nobre colega Dias neófito Trofolli passou por grande constrangimento quando, acometido de explosiva flatulência, viu sua toga inflar sobre o efeitos dos gases. Não nos restou alternativa senão evacuar o plenário às pressas. Merece destaque o fato de que o nosso estimado decano, o ínclito Celso de Melo, galhofeiro, nos brindou com este delicioso trocadilho para descontrair o ambiente, qual seja: "de cano de Dias Trofolli só há de se esperar flatulências e as decorrentes diarreias". Embora quiséssemos, contivemos a ânsia de risos, por certo àquela hora inoportunos".
Continuando, Marco Aurélio proclamou: "Por essas e outras inauguraremos o nosso modesto mas indispensável bistrô. Convidamos Monsiuer Pierre Piret, Chef idolatrado em Paris, para comandar la cuisine. Para a minha insopitável alegria e gáudio de meus pares, Mestre Piret de pronto aceitou nosso convite, considerando que a reputação de nosso restaurant de há muito atravessou fronteiras". Humildemente descordei, frisando que ele não é lá essas coisas - daí o convite ao Mestre gastronômico.
Paulo Kedis, o bamba da economia (indignado) afirmou que vai descontar tudo nos salários do togados envolvidos na boca livre top.
"Onde já se viu uma coisa dessa?!... O povão na base do arroz, macarrão, ovo, e as insaciáveis excelências - que já nos custam os olhos da cara - querem botar caroço no nosso econômico angu?!
(+) STF abre bistrô na corte.



25/04/2019

Fábulas de Escroto
O COELHO E A TARTARUGA
Em todas as últimas 5 edições da corrida eleitoral para a liderança na floresta de Candango (por incrível que pareça), o jumento venceu duas vezes e a anta as outras duas.
- Mas como?!... perguntou a coruja. Ele é parvo e a anta é uma anta. E tem mais... Está faltando o último vencedor. Quem foi ele?
- O morcego - explicou o elefante.
- Tem alguma coisa errada nesta fábula do coelho e a tartaruga!
- Como assim? - perguntou o elefante.
- Do nada aparece um morcego na faixa e leva a própria! O fabuloso fabulista Escroto estava ébrio?
- Não minha querida. Escroto era o cara.
- E cadê o coelho e a tartaruga nesta fábula escrota?
- Foram servidos como prato principal na posse do Gorila.
- Que gorila, ô da tromba?
- O cara que venceu a corrida...
- Deveras?!...
- Mas isto é um furdúncio.
- O pior, estimada coruja, é que todos os jornalistas da Jungle News querem que o Gorila reconstrua a floresta arrasada pelo jumento e a anta em 100 dias.
- Me diga uma coisa, nobre paquiderme: quanto tempo o jumento e a anta ficaram no poder?
- 14 anos.
- Ué! - exclamou a coruja - Mas isso é um despautério, um disparate.
- Pois não é?... A imprensa quer que o Gorila arrume a floresta mais rápido do que o coelho corre os 100 metros rasos?!
- Não resta a menor dúvida que Escroto bebia "às pampa".
- De modo algum. Quem bebia paca era o jumento.
- Valha-me Deus - exclamou a coruja.
MORAL: Na floresta jacaré nada de costa e barata não atravessa formigueiro.
PASÁRGADA
Vou-me embora pra Pasárgada,
lá sou amigo do rei.
Se não for possível,
de mala e cuia
me mudo pra Xangrilá
E se lá tiver rainha,
mulher do rei do lugar,
o rei que me desculpe
pois quem oferece a cama,
cede também a dama.
Ajoelhou tem que rezar
Preciso ir embora urgentemente
pra qualquer lugar longe daqui.
O meu legado de enganos
deixo debaixo dos panos,
Levo comigo muito pouco,
somente algumas fantasias
boas de acreditar.
Vou-me embora pra brincar
com os meus brinquedos de madeira:
o meu pião predileto,
na ponta da fieira,
vai rodopiar o mundo,
nas voltas que o mundo dá
Vou me encontrar com Rosinha
que já foi minha rainha
e hoje e apenas saudade.
Se eu ficar triste,
volto pra cidadezinha.
Lá tem pracinha e coreto,
noite de prata, cheia de lua,
música e bandinha,
moça flertando na rua,
promessa de carinho,
namoro por começar.
Vou-me embora pra Pasárgada,
lá há de ser o meu lugar.
Vou encontrar Don Sebastião
e junto vamos pelejar
na batalha de Alcácer-Quibir:
ele vira santo e eu vizir.
Pasárgada fica longe,
mas o bom de procurar
é que quanto mais distante
melhor é o procurar.
Preciso partir...
O tempo urge,
Preciso sonhar.
Com as asas da loucura
vou a tudo sobrevoar.
Se eu cair que seja
bem no meio de Holanbra,
bem no meio das flores:
lírios, avencas, rosas, dálias.
Vai chover água de cheiro
que eu vou comprar na feira
só pra te impressionar.
Vou-me embora pra Pasárgada,
lá sou amigo do rei,
terei a mulher que eu quiser
em minha cama patente,
na qual soe evidente
o rangido de amar.
Fechei a conta na pensão.
O trem das onze já aponta
na curva da saudade.
Vou na janela,
comendo frango e farofa,
sem falar de boca cheia,
pra não chover farinha
na moça que ao lado está.
Vou pra Pasárgada.
Aqui não hei de ficar.
Lá sou amigo do rei
e amante da rainha
assim que o rei vacilar.
E o vento levou...