ANALOGIA

A muito provável vitória de Jair Bolsonaro me fez lembrar de uma excelente minissérie espetacular da Globo. Em "O Brado Retumbante, Domingos Mortagne (protagonista) é presidente da câmara de deputados que assume a Presidência da República com a morte do titular e do vice em um acidente aéreo. Sua vida da uma guinada de 180 graus.
Político honesto, intransigente com os expedientes escusos da política, sofre todo tipo de pressão e chantagem dos caciques que a anos determinam o andar da carruagem. É tido com uma pedra no sapato do establishment porque não compactua com os esquemas e armações das casas de tolerância travestidas de congresso nacional.
No poder, o protagonista começa a enfrentar os manda-chuva, impedindo suas trapaças para desviar recursos públicos e toda sorte de bandalheiras em benefício próprio ou para grupos associados na rapinagem. Não faz acordos e não tem rabo preso.
A crise culmina com atentado do qual escapa por milagre.
Por que esta volta toda para fazer o link com a provável vitória de Bolsonaro?
Bolsonaro tem muito em comum com o Presidente da República vivido por Domingos Mortagne. Deverá enfrentar as mesmas resistências sofridas pelo personagem da ficção.
Os cacique sobreviventes à faxina do congresso vão fazer de um tudo para sabotar o seu governo.
Bolsonaro afirmou que o critério para as nomeações (todas) serão ser feitas com critérios técnicos; que não fará acordos espúrios para governar.
Impasse, crise.
Só espero que a vida não emite a a arte e que a crise que prevejo não culmine com o atentado da minissérie.
A vida real não tem plim plim. Não há pausa para um refresco. A vida seguirá. Desejo que Bolsonaro sobreviva aos perigos que enfrentará.
A bola está com ele. Espero que ele não tome bola nas costas e que cumpra os compromissos que assumiu com a nação.