Minha poesia predileta
A ELEGIA DO SALGUEIRO
Há nuvens róseas sobre a colina.
A tarde é loura.
Folhas caíam dos plátanos, girando
em remoinhos na poeira.
Os chorões são como prantos de folhagem,
como um gesto verde sobre as águas lisas,
uma bêñção de folhas...
Na mesma tarde loura, há muitos anos,
eu amei os teus olhos de águas lisas,
eu fiquei debruçado, pensativamente,
como um salgueiro sobre as águas de um açude,
como um salgueiro - sobre a tua vida.
E eras indiferente
como as águas.
Mas eu vira o meu reflexo, trêmulo, trêmulo,
a ilusão da minha dor na tua alma.
E passavas, e fugias
como as águas.
Mas eu ouvira, entre os ramos verdes,
as canções de esperança;
era o meu sonho deixar nas águas mansas
cair a oferta silenciosa das folhas.
E sorrias, e passavas
como as águas.
Vai longe, no além, a tarde loura;
folhas caíam dos plátanos, girando
em remoinhos, na poeira.
Olhos os salgueiros, numa cisma que flutua
sobre as águas do mistério...
Alguma cousa misteriosa
vai levando a nossa vida como as folhas sobre as águas...
A tarde é loura.
Folhas caíam dos plátanos, girando
em remoinhos na poeira.
Os chorões são como prantos de folhagem,
como um gesto verde sobre as águas lisas,
uma bêñção de folhas...
Na mesma tarde loura, há muitos anos,
eu amei os teus olhos de águas lisas,
eu fiquei debruçado, pensativamente,
como um salgueiro sobre as águas de um açude,
como um salgueiro - sobre a tua vida.
E eras indiferente
como as águas.
Mas eu vira o meu reflexo, trêmulo, trêmulo,
a ilusão da minha dor na tua alma.
E passavas, e fugias
como as águas.
Mas eu ouvira, entre os ramos verdes,
as canções de esperança;
era o meu sonho deixar nas águas mansas
cair a oferta silenciosa das folhas.
E sorrias, e passavas
como as águas.
Vai longe, no além, a tarde loura;
folhas caíam dos plátanos, girando
em remoinhos, na poeira.
Olhos os salgueiros, numa cisma que flutua
sobre as águas do mistério...
Alguma cousa misteriosa
vai levando a nossa vida como as folhas sobre as águas...
AUGUSTO MEYER
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