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10/11/2016

CONTRASTES
Nossos silêncios trocam olhares tão lindos,
Nossas bocas dizem coisas sempre ternas.
O futuro inexiste e os tempos advindos
São lembranças felizes, recorrentes e eternas.
Importa o agora e os teus braços me envolvendo
Num casulo de seda e de crisálidas por se dar
Às cores e aos voos que vão rompendo
Todos os sonhos que pudermos adejar.
Destoantes desta calma, nossos corpos se consomem
Em aconchegantes noites frias e em tórridos verões,
Quando incensamos nosso altar ao rés do chão.
Nas clareiras enluaradas, meio lobo, meio homem,
Cravo os dentes em tua carne, e às paixões
Nós nos rendemos, profanos, em nosso rito pagão.

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