Páginas

29/06/2016

CONTIDO
Pássaro que não voa vive à toa
Escravo do canto que eu não sei.
Pois tudo que vive enjaulado voa
Em mim que só me guardei.
Mágoas?... Antes se dessem à brisa
Como o dente de leão.
Venturas?...Raras, e à guisa
De esperança viraram solidão.
Retido no escuro quarto
Lamento-me aprisionado
Como o acorrentado cão.
O pássaro me olha, e farto
Da minha autopiedade, ousado,
Se vinga com uma canção.

Nenhum comentário:

Postar um comentário