Comentário
A MPB está agonizando. Depois das ondas podre Funk e Rap, veio para ficar o Sertanejo que, não bastasse baixar o nível, agora involuiu para o Sertanejo universitário.
Sertanejo universitário?!...No meu tempo de universitário, justamente por sermos universitários, surfávamos na onda da excelente MPB. Era uma questão de coerência porque ao frequentarmos o 3○ grau, nosso padrão de exigência também subia 1 grau.
Uma tsuname de merda surpreendeu nossos excelentes compositores na praia da criatividade. O silêncio e o mal cheiro imperam. Cadê eles? Parece que não sobreviveram ao ímpeto avassalador da onda de detritos musicais.
Antes que me apedrejem, quero deixar claro que não tenho preconceito com nenhuma tendência musical. Existem belas composições em todos gêneros. Em alguns, no entanto, é preciso garimpar para, com muita sorte, achar uma pepita sonora.
No funk, rap, eletrônica e sertaneja, entre outros propositalmente omitidos, a indigência fica patente ao abrimos as partituras para encontrar uma estrutura musical mais nula do que a D. Marisa, ex-primeira dama. É um deserto de harmonias, arranjos, sonoridades.
No funk e no rap ouso um bate-estaca marcando o ritmo para meia dúzia de notas. Na eletrônica, guinchos metálicos, estridências, ruídos e poluições sonoras repetitivas às quais só me submeto sob tortura.
Na sertaneja pura ou misturada com universitários por correspondência, o mundo se resume a amores clandestinos, traições, idas e voltas, muito sexo, bebedeiras e sentimentos com a profundidade de um pires e que duram no máximo um dia de rodeio americanizado.
Minha geração cresceu ouvindo o samba de Ary Barroso, Zé Keti, Cartola, Braguinha, Noel e outros tantos gênios da musicalidade.
Tive a sorte de ver o nascimento da Bossa Nova bem no meio dos anos dourados. Vinícius, Tom, Francis Hime, Menescal. Depois, outra revolução, quando a nossa música popular atingiu altíssimos níveis e adotou o apelido de MPB.
MPB virou um selo ISO 9000, 14000, atestando a qualidade de obras assinadas por Chico Buarque, Caetano, Ivan Lins, Paulo César Pinheiro, Sá e Guarabira, João Bosco e outros tantos mestres da sonoridade e de letras de encabular poetas.
Assim como um rocambole musical, entre estas fases de ouro, muita qualidade através do samba-canção, Jovem Guarda, Tropicália. Dolores Duran, Roberto e Erasmo, Caetano e Gil.
Sou reacionário, conservador, intransigente? Serei? Sou um saudosista empedernido imune à evolução dos tempos e das novas tendências?
Omiti os grandes mestres da música clássica por uma questão de respeito às suas memórias. Neste contexto de indigência musical, citá-los seria como recitar Camões, Fernando Pessoa, Dante, Vinícius, Drummond, Mário Quintana e Neruda para uma turma do ensino fundamental.
Aceito ser taxado de velho caquético e de múmia paralítica. Aceito a pecha de ultrapassado e intransigente. Aceito ser enterrado na cova dos grandes músicos de todos os tempos. Tomara que eles aceitem a minha companhia inexpressiva. Lá, vou me juntar às ossadas a chacoalhar desesperadas, em protesto contra os despautérios musicais "modernos".
Sertanejo universitário?!...No meu tempo de universitário, justamente por sermos universitários, surfávamos na onda da excelente MPB. Era uma questão de coerência porque ao frequentarmos o 3○ grau, nosso padrão de exigência também subia 1 grau.
Uma tsuname de merda surpreendeu nossos excelentes compositores na praia da criatividade. O silêncio e o mal cheiro imperam. Cadê eles? Parece que não sobreviveram ao ímpeto avassalador da onda de detritos musicais.
Antes que me apedrejem, quero deixar claro que não tenho preconceito com nenhuma tendência musical. Existem belas composições em todos gêneros. Em alguns, no entanto, é preciso garimpar para, com muita sorte, achar uma pepita sonora.
No funk, rap, eletrônica e sertaneja, entre outros propositalmente omitidos, a indigência fica patente ao abrimos as partituras para encontrar uma estrutura musical mais nula do que a D. Marisa, ex-primeira dama. É um deserto de harmonias, arranjos, sonoridades.
No funk e no rap ouso um bate-estaca marcando o ritmo para meia dúzia de notas. Na eletrônica, guinchos metálicos, estridências, ruídos e poluições sonoras repetitivas às quais só me submeto sob tortura.
Na sertaneja pura ou misturada com universitários por correspondência, o mundo se resume a amores clandestinos, traições, idas e voltas, muito sexo, bebedeiras e sentimentos com a profundidade de um pires e que duram no máximo um dia de rodeio americanizado.
Minha geração cresceu ouvindo o samba de Ary Barroso, Zé Keti, Cartola, Braguinha, Noel e outros tantos gênios da musicalidade.
Tive a sorte de ver o nascimento da Bossa Nova bem no meio dos anos dourados. Vinícius, Tom, Francis Hime, Menescal. Depois, outra revolução, quando a nossa música popular atingiu altíssimos níveis e adotou o apelido de MPB.
MPB virou um selo ISO 9000, 14000, atestando a qualidade de obras assinadas por Chico Buarque, Caetano, Ivan Lins, Paulo César Pinheiro, Sá e Guarabira, João Bosco e outros tantos mestres da sonoridade e de letras de encabular poetas.
Assim como um rocambole musical, entre estas fases de ouro, muita qualidade através do samba-canção, Jovem Guarda, Tropicália. Dolores Duran, Roberto e Erasmo, Caetano e Gil.
Sou reacionário, conservador, intransigente? Serei? Sou um saudosista empedernido imune à evolução dos tempos e das novas tendências?
Omiti os grandes mestres da música clássica por uma questão de respeito às suas memórias. Neste contexto de indigência musical, citá-los seria como recitar Camões, Fernando Pessoa, Dante, Vinícius, Drummond, Mário Quintana e Neruda para uma turma do ensino fundamental.
Aceito ser taxado de velho caquético e de múmia paralítica. Aceito a pecha de ultrapassado e intransigente. Aceito ser enterrado na cova dos grandes músicos de todos os tempos. Tomara que eles aceitem a minha companhia inexpressiva. Lá, vou me juntar às ossadas a chacoalhar desesperadas, em protesto contra os despautérios musicais "modernos".
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