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29/06/2014

NADA
Não me pertenço mais...
Perdi minha identidade.
Hoje transito entre os mortais
Sem saber se sou verdade.
Quando foi que me perdi?
Talvez num dia sem data
Quando supos que vivi
Vida que não se constata.
Não há o soar de passos
E nenhum vestígio, aura, nada
De uma alma penitente.
Talvez o espectro e leves traços
De uma sombra desgarrada
De um corpo inexistente.

26/06/2014

SÓ VOCÊ


Só você me faz de bobo
e me debruça na varanda a sonhar.
Riso triste e lágrima
retida que teima rolar.
Rumino lamentos,
Dores de ir e voltar.
Já nem sei mais
se meu pranto é pesar.
Porque é doce e é sal,
arde e enternece,
esfria e aquece,
Perdure e fenece.
Como se a prece acudisse
a quem não saber rezar.
Você me sufoca.
E quando não posso
mais respirar
vem o alento,
suave brisa que invento
pro teu cabelo assanhar.
Só você me faz feliz
sem saber por qual motivo.
E o meu riso triste acentua
lembranças quase nuas,
noites de vigília,
canto de valquíria
a me tragar no mar.
My love for you, darling,
com Johnny Mathis e uísque.
Ponho a vitrola pra tocar.
Encho a cara de cachaça.
Jogo pedra na lua,
Solitária arruaça,
muxoxo, pirraça
de quem quer namorar.
Onde está o nexo,
o sentido e a razão?
Onde está o norte?
Maldita sorte
que brinca com a morte
e não pode enlutar.

A qualquer momento
na estrada empoeirada
hás de apontar.
Meu sorriso acontecendo
por você que vai e volta
sem a menor cerimônia
com a cara mais lavada,
pedindo beijo e carinho,
minha menina mimada.

24/06/2014

Inspirado em poema de Pablo Neruda, com o mesmo título:
ME ENCANTE
Me encante com a sua presença.
Chegue de mansinho.
Me tape os olhos.
Me dê um susto.
Ria alto, sorrindo.
Me belisque.
Me encante,
anjo caído.
Sou encantamento.
Estou encantado.
Me encante com a sua inocência
que não se dá conta, sedução.
Eu preciso crer que tudo vale a pena
quando eu me esqueço da vida.
Quando perco o juízo e a noção.
A culpa é tua que me encanta,
como encanta ao menino
o brinquedo novo,
o beijo da mãe
e o anjo que vem à noite
dar boa noite e o beijo
secreto não acreditado.
Sou encantamento.
Estou encantado.
Me encante cantando.
Na tua voz eu acredito
que o amor é o hino
para nós composto.
E o que somos o tema
de todos os encontros.
Sou encantamento.
Estou encantado.
Me encante sendo assim desse jeito...
Nem mais nem menos.
Porque você é o encanto impregnado.
A flor que anoitece
gozo de orvalho
se abrindo
numa entrega sem par.
Sou encantamento.
Estou encantado.
Me encante...
E quando eu sufocar
me dê um beijo.
Me falta o ar.
Me assopre o desejo
de ressuscitar.
Sou encantamento.
Estou encantado.
Diga que me ama em várias línguas,
depois me beije de língua.
Me dê o gosto do céu.
Me dê o céu da tua boca.
e com a tua voz rouca
me possua e me devore.
Sou encantamento.
Estou encantado.
Me encante...
Exista. Apenas exista.
Me deixa ficar.
no teu colo:
olhos fechados,
fingindo que a vida
não é um instante.
Sou encantamento.
Estou encantado.
Me encante como uma sereia.
Como uma valquíria.
Me roube, me profane.
Me dê um pouco de absinto.
Me sirva à mesa o gosto
de cama e os prazeres
às almas proibidos.
Todo o encantamento
é estar encantado.
REGRESSÃO
Queria reescrever a nossa história...
Será que ainda há tempo?
Me perdoe.
Me dê a chance de recomeçar.
Vamos namorar na pracinha.
Eu compro pipoca e flor.
Algodão doce?
Que tal um cineminha?
Ver um filmaço.
Um romance.
O vento Levou
tá em cartaz.
Vamos de mãos dadas,
Trocando juras
até o portão de nossa casa.
Como se não fosse a nossa.
Porque é a tua.
O último beijo no portão.
Com cuidado.
Seu pai pode ver.
Amanhã cedinho
eu te apanho.
Vamos pro ginásio.
Ou matar aula
e num cantinho
atrás da matriz
trocar juras e carinhos.
Não há de ser o tempo
o nosso contratempo.
Quero sentir o vento na cara
no alto da colina
para onde fugíamos.
Quero a liberdade
e a ilusão de possuí-la.
Quero o teu abraço apertado
como se eu pudesse partir.
Vamos fugir de casa.
Vamos nos amar
num hotel barato,
às escondidas.
Vamos encher a cara.
Curtir ressaca e perder o juízo.
O tempo urge.
O tempo não para.
Resta pouco tempo
para a nossa aventura
loucamente irresponsável.
Agora temos desculpa.
A decrepitude nos assola.
Então vamos embora
antes que alguém
nos recolha num asilo.
Ele pode ser um silo
e sobre o trigo dourado
como o teu cabelo
vou fingir-me de louco
e ficar só mais um pouco
perdido em teu olhar.

22/06/2014

Ontem asssiti a um vídeo criticando as redes sociais, alegando que elas aproximam as pessoas distantes e afastam as que nos rodeiam. É verdade. Mas o tal vídeo continuava malhando, num corolário para demonstrar quão perniciosa são as redes.
Nosso afastamento ou o pouco tempo que dedicamos aos nossos próximos - e aí me refiro à família -, é quase uma contingência do mundo moderno, principalmente nas grandes cidades. Nossas jornadas de trabalho, deslocamento no trânsito, reduzem dramaticamente nosso contato com a mulher, o marido, os filhos e amigos, sem falar ainda na parafernália de eletrônicos a nos distrair e roubar tempo para os outros.
Tudo isto é verdade. Todavia, esta negligência no âmbito da família é um buraco mais embaixo. E se nela as pessoas não se falam ou falam pouco, se nela a omissão é a via de regra, parece-me que esta família está doente e precisa de acompanhamento psicológico ou pelo menos de uma outra terapia específica para reaproximar seus componentes e fazê-los ver que sua "doença" é coletiva. E que todos, sejam quais forem as razões desse comportamento, precisam rever seus conceitos e prioridades.
Assim não me parece que as redes sociais sejam a razão desta abstração do outro. Podem ser um elemento desagregador mas não o seu componente principal.
Quanto à parte que me toca, vejo as redes sociais como um instrumento maravilhoso que aproxima e possibilita reencontrar velhas amizades perdidas no tempo e nas estradas da vida. Permitem expor nossas idéias, nossas aspirações diversas; criticar, influenciar, ponderar. Enfim, retira-nos do ostracismo impostos justamente pelas dificuldades que o mundo moderno impõe ao nos escravizar com o seu cotidiano alucinado.
Ideal seria que as pessoas, em seu círculo de amizades e parentescos, redescobrissem a importância do outro através do prosaico e eficiente dedo de prosa. Se não é mais possível colocar as cadeiras na calçadas à tardinha, pelo menos é razoável começar a praticar o hábito de jantar juntos. Não é mais possível visitar os amigos e parentes com a frequência de antigamente, pelo menos é possível um telefonema para saber como vão uns e outros. Não há tempo para brincar com os nossos filhos? Então vamos otimizar o pouco tempo com eles, entrando de verdade no seu mundo, viajando juntos pelos reinos encantados para além da imaginação.
São muitas as possibilidades. Descobri-las é um exercício pessoal de boa vontade para estreitar ou recuperar laços de ternura, amizade, companheirismo.
Tudo é uma questão de adaptação. Ou do desejo sincero de minimizar os efeitos nocivos do mundo de hoje, cheios de compromissos e tarefas.
As redes sociais não são desagregadoras ou ferramentas do egocentrismo, da vaidade ou autopromoção pessoal. Elas são o que fazemos dela. Para o bem e para o mal.
O problema somos nós e as nossas escolhas e atitudes.
JANELA
Quando a tua janela de manhã se abre
o sol invade minha alma inteira.
E o calor que me aquece
muito mais me incendeia.
Então me vejo mão no queixo
como uma criança sonhadora.
divagando na terra do nunca.
Mas tudo vale a pena...
Minha alma é pequena, eu sei,
mas pode conter, com jeitinho,
um sorriso teu de encantamento.
Quando a tua janela de manhã se abre
eu me cego contemplando o sol.
Vou tateando e o escuro me revela
as sensações perdidas nos normais.
Eu pego então o lenço esvoaçante
que do parapeito da janela caiu
com cheiro de cio ardente.
Atravesso a rua sem bengala
e de propósito caio perto de ti.
Para que a tua mão me ampare
E me ergas piedosa e boa
e me pergunte se doeu.
Quando a tua janela de manhã se abre
eu fico pensando na gente.
Bobo começo a rir de contente.
E danço e pulo e grito.
Que me importa se me internem...
Se enlouqueci a culpa é tua
que só consigo ver nua.
Quando a tua janela se fecha, à noite,
volto pra casa e vou sonhar.
Debaixo de tua janela vou vivendo.
E de teimoso fico esperando
que a janela se abra e descortine
as ilusões que construí
com tijolo, massa e cimento.
Como um menino distraído
vou brincando de contente
enquanto você cresce e mente
me chamando de meu bem.

21/06/2014

TEMPO
Envelheci...o tempo passou.
Virei um baú de lembranças,
um maço de saudades
amarrado com laço de fita.
Vi os filhos crescerem
e tomarem o seu rumo na vida.
A casa está vazia.
Sem sons, balbúrdia, alegria.
Restamos nós, eu e você,
minha companheira.
E um silêncio ausente.
O fim se avizinha
e nós não temos medo.
A jornada foi boa.
Os ombros na medida da cruz.
Talvez por isso esta calma.
Esta resignação.
Amanhã pode não ter noite.
A noite pode não ter amanhã.
E como não dormir?
Como não cochilar?
Resta-nos o cansaço...
Ceder.
Tudo está determinado.
Tudo está escrito
em um livro.
Em um código.
Em uma tábua.
Nada pode ser mudado.
Está decidido. E pronto..
O tempo é muito antigo.
Com certeza sabe tudo.
Tem a resposta.
Ou não...
Seremos tempo.
Simples assim...
Reeditando

LIBERTAS

Lindo e glorioso símbolo da terra,
Alterosa flâmula das Gerais.
Alva mortalha que encerra
E abraça os teus filhos imortais.
Sangue vertido sobre o manto,
Vértice esotérico, místico pendão,
Guardas contigo, mãe, o pranto
Do primeiro herói desta nação.
E se a outras a glória envaidece
Tens no recato a marca de exceção,
Despojada de galardões e honrarias.
De Minas foste a primeira prece
No altar da liberdade altivo pavilhão
À custa de dor por tua ousadias.
CARÊNCIA
Algo me falta...nada tem graça.
Procuro, par a passo, e o chão me foge.
O vazio é a própria inconsistência.
Flutuo como um dente-de-leão
sem brisa e sem sentido.
Como se sentido houvesse
em viver perdido de você.
Algo me falta e não é pouco.
E sendo tanta a tua falta
eu viajo no mundo das sombras
qual espectro fadado ao etéreo.
Não é meu o teu abraço.
Não é teu o meu cansaço.
Como se sentido houvesse
em viver perdido de você.
E por mais que a vida me ofereça
as ilusões da posse,
me pergunto onde e quando
vou reter o que interessa.
Nem que seja o vislumbre
de uma fresta de luz
vazando da porta entreaberta
do teu olhar em festa.
Como se sentido houvesse
em viver perdido de você.
Entre o medo e a aventura
eu derivo à beira do abismo.
E nos mares nunca dantes
navegados eu viajo pelo mundo
procurando um porto, uma enseada
que me abrigue de mim mesmo.
Como se sentido houvesse
em viver perdido de você.
Então me deixe quieto no meu canto.
Se esqueça de mim e me redima.
Porque no silêncio de meu quarto
ao menos posso delirar na parede
os meus delírios mais insanos,
colorir os meus enganos
com as cores dos meus planos:
mirabolantes fantasias,
tristes alegorias,
cores desmaiadas,
aquarela suave
cinza, azul e rosa.
Sem moldura para disfarçar
a mediocridade do fracasso.
Mas toda esta desolação
tem a força da maré.
Quando a lua mudar
vou me banhar de desejo.
Vou abrir uma clareira,
acender o fogo
e entoar o canto.
Um druida encantado
vai jogar as runas.
As pedras combinadas
ao lado da fogueira
me dirão das fêmeas
e dos prazeres proibidos.
Será outra a mulher
no altar das minhas oferendas
a se abrir em flor.
Seu perfume sem pudores
me ungirá de gozo e vida.
Os deuses me acolherão.
Uma vaga lembrança de ti
vai se apagar.
Quando o último lenho arder
e a última brasa se apagar
estará extinto o amor
que ti ofereci noite após noite,
nas orgias do meu abandono.
Porque há sentido
em viver além de você.
ILUSÕES
O sorriso que se vê em meu rosto
não é meu. O meu é mais antigo.
Do tempo em que não havia desgosto
pra disfarçar o não estar contigo.
A lágrima que se vê em mim
nem de longe é a mais sofrida.
Já sofri bem mais e enfim
a dor se repete ao sabor da vida.
A alegria que se vê em mim é triste,
a iludir em mim os mais tolos planos.
É um fingir contente que insiste
em viver sorrindo os meus enganos.
A vida que sigo teimando
tem um quê de morte anunciada.
É só um tempo passando
a espera de melhor jornada.
Sou, enfim, uma aparência, espectro.
Alguma coisa etérea, vaporosa,
vagando um parvo e pobre intelecto
vestindo carne e uma dor tenebrosa.
NAVEGANTE
Cansei... o teu repúdio venceu.
Vou sair pelo mundo, viajar a esmo.
Sem bagagem, fé, credo, ateu,
Incréu de Deus e de mim mesmo.
Por mares sem portos e abrigo,
Indiferente à sorte, ao rumo, à deriva,
Embarcada sorte que afronta o perigo
Que a nada teme ou se esquiva.
Do alto da vigia nada além do mar.
Nem um galho, ave ou sombra da costa.
Só o plano e pleno vazio de oceanos.
Então é contar as horas e rezar
A prece rogada sem resposta
À deusa indiferente aos meus enganos.
IRONIA
Hoje a noite está absurdamente estrelada !
O silêncio é uma moldura negra.
A beleza entontece e apequena
a minha solidão sem sono.
Fico imaginando tanto espaço
e a grandeza do universo imenso.
E me curvo. E me desprezo.
Fico contemplando o cosmo
daqui debaixo de um nada.
Anos-luz em todas as direções.
Galáxias, aglomerados, universos.
Energias estonteantes, cataclísmicas.
Apocalipses. Infernos de luz e fogo.
Energias inimagináveis.
Civilizações agonizantes, condenadas
ao martírio por capricho e descaso
de deuses caprichosos.
Acontecendo agora
diante do pavor de mães
galáticas e prantos de cristal.
Tudo tão estupidamente imenso!
Uma grandeza que humilha
e entristece. Pobres mortais!
Mundos tão pequenos
esmagados qual inseto
que pisamos sem remorsos.
Por que tanta diferença e o
porquê de tanta indiferença?
Por que o entendimento de
minha insignificância?
Há de ser uma maldade suprema
a rir-se do meu assombro.
Talvez um requinte divino
de torpeza incomensurável.
Desprezível ruindade de um olimpo
impiedoso, fútil e breve.
Não há de ser nada...
Eu sobrevivo em um retrato na parede.
A saudade de mim mora em um sorriso.
A minha poesia vai ser lida,
descoberta em um baú apodrecido.
Versos pobres não vencidos
pelo tempo a escorrer em tuas mãos.
Não há de ser nada...
Eu ainda vivo em meu filho
e em meus netos por milênios.
E quando o pó de mim
retornar às estrelas,
a matéria-prima dos teus universos
vai me aglutinar de novo e de novo
em outros mundos e em outras vidas.
E nem mesmo tu tão poderoso
há de me reconhecer entre os teus filhos.
E a minha morte vai zombar
pelo infinito. Em silêncio.
Em uma noite como esta que
contemplo sem entender
o meu mistério. E o teu fracasso.
CORDEL DA TAÇA DO MUNDO É NOSSA.

As estrepolias da FIFA, CBF e governo ajeitando o circo máximo

A copa do mundo é nossa,
com o brasileiro não há quem possa.
Ê, eta, esquadrão de ouro,
limparam o cofre e o tesouro.
Mas tudo bem que agora tem
infra-estrutura pro povão.
Ninguém espera mais o ônibus.
A fila não dobra mais a esquina
na fila pro próximo buzão.
A copa do mundo é nossa.
Tem estádio na amazônia e pantanal.
Tem hospital sem leito
e agonia em maca de hospital.
Com o brasileiro não há quem possa...
A sala está vazia e o aluno carente.
Falta merenda, material e computador.
É o padrão FIFA ao contrário
atrasando até o salário ordinário
do coitado do professor.
A copa do mundo é nossa...
Mas é melhor que eu torça em casa.
É mais seguro. Eu e o meu pijama
em frente da televisão.
É gol do Fred sem risco,
bem longe de um treisoitão.
Com o brasileiro não há quem possa...
E a taça do mundo é nossa.
Não vai ser impedimento
o gol do empreiteiro
sozinho na área, só ele e o goleiro,
fazendo mais um de mão.
Já se viu que a rima é livre
e o torneio é um pedaço de pão.
O circo já foi armado.
O povo tá feliz de montão.
A bola vai rolar,
a torcida fazer ola,
feliz por levar rola
no ataque com penetração.
Afinal que taça é esta
que mais parece um cálice
transbordando fel e cachaça
em meio a tanta arruaça
e tão pouca indignação?
Tudo bem e tudo festa.
Vamos torcer com vontade.
Gritar gol e beber todas.
Algo me diz que a verdade
levou cartão vermelho
ainda no primeiro tempo.
E a nação desfalcada
perdeu o rumo, coitada,
aos cinquenta do segundo tempo
num pênalti roubado
que o juiz sem querer querendo
marcou sem contemplação.
A taça outra vez frustrada...
A taça outra vez roubada
e Jules Rimet nem viu.
O hexa já se avizinha
e algo me diz que à noitinha
o hepta está programado
pra Rússia ou pro Qatar.
Já foi deliberado
nos salões refrigerados
que nós, pobres coitados,
vamos pagar a conta,
fifodidos e mal pagos.
Enquanto isto em Brasília,
em coquetel padrão FIFA,
o cartola e o mandatário
erguem a taça brasileira
brindando mais um conto-do-vigário.
Outro samba de sucesso,
top hit brasileiro,
faz sucesso no estrangeiro.
E diz que a felicidade
é uma gota de orvalho
que cai como uma lágrima de dor.
MENINO

Por favor, não bata a porta.
Saia de mansinho, encoste o portão.
Finja que foi na esquina comprar torta
Bala ou cigarro;volta, meu coração.

Não rasga o meu retrato.
Não ria da minha canção.
Diga que me ama e eu distrato
Todas as promessas que fiz em vão.

Fica. Perdoa e eu me ensino
A nunca mais fazer mal feito,
Brincando com o teu perdão.

Tenho frio. Abraça o teu menino
Que dormiu tarde, chiando o peito
Com tosse e com medo da escuridão.
SINA
Vou me aventurar pela vida afora...
Vou amar e certamente vou sofrer.
Dói bem mais a solidão de agora
Do que a dor de um não viver.
Então que seja terno e leve.
Ou até mesmo uma aventura.
E se forte, que seja breve
E não me sufoque de ternura.
E que o meu par me reconheça
E à primeira vista se renda
Como eu me rendi sem medo.
E que o amor nos enlouqueça
E se transforme em uma lenda
Contada sem pudor mas em segredo.
Seleções da copa:
ARGÉLIA.
Al icate
Al fhace
Al mofariz
Al pisthe
al ambraduh
al mof-adinhah
Al gemiroh
Al aricoh
Al moxarif
Al meidah
Al fineth
CAMARÕES
Empanadu
Onkotô
Oncovô
Balacubaku
Tererê
Maculelê
Kencosô
Jabaculê
Tutu
Farofah
L'inguissa
MÉXICO
Tequilla
Mariachi
Sierra madre
Pancho
Vila
Suado
Guacamole
Sombrero
Maricon
Cornudo
Voludo
INGLATERRA
Ofcourse
Sir
Whiskey
Lord
Mygod
Inthetable
Gin
Mylord
Queen
Mick
Jagger
HOLANDA
Van de Van
Van demar
Van petta
Van Kevamuh
Van Der ley
Van bhora
Van thagem
Van phiro
Van pirsing
Van evhorta
Van der Bus
A esquerda está esperneando com as vaias a Dilma Rousseff no jogo de abertura da copa do mundo. Alegam que os apupos foram puxados pela elite alojada nos camarotes do itaquerão. 
Boa parte da mídia repercutiu a manifestação como se ela fosse apenas uma atitude gratuita de intolerância e desrespeito à Presidente da República manifestada através de palavrões. Concordo que a boa educação exclui sempre a grosseria.
De resto estou com a torcida e com as vaias. Ela mereceu esta e muitas outras acontecidas em outros eventos públicos em que compareceu ou foi vista em telões. Nestas ocasiões, a platéia era povão.
O PT não precisa se preocupar. Não faltarão ocasiões para se testar a popularidade da Presidente da República. Estamos em ano eleitoral e os comícios e outras aparições públicas vão acontecer com uma frequência cada vez maior. 
Considerando que a saúde está em coma e a seu lado, nas macas e corredores dos hospitais públicos, agonizam também a educação, a segurança pública, as obras viárias, a gestão das estatais, a ética e a moral acometidas pela virulência contagiosa dos políticos que dão sustentação ao governo, é de se esperar que a Presidente da República seja homenageada com um repertório de palavrões capaz de corar ao mais desbocado dos boca-suja.
Se estas mazelas públicas e notórias forem negadas por algum petista ou simpatizante, aí o caso é de internação em hospital psiquiátrico.
A argumentação das tropas de choque do PT, apaniguados e simpatizantes pretendem vencer a verdade com a repetição da mentira. Está tática sórdida é antiga mas infelizmente funciona. A repetição de uma inverdade tende a convencer e a medida que se reitera uma versão ela tende a convencer, assim como a água mole em pedra dura tanto bate até que fura.
As negativas dos escândalos, roubalheiras, conchavos e outras tantas malvadezas perpetradas contra a nação já ultrapassaram o ridículo e hoje estão no patamar da insanidade ou do fanatismo mais xiíta. 
Aí mora o perigo. Quando o fanatismo impera, toda sorte de barbaridades é cometida sem uma mínima manifestação de remorso ou constrangimento. Mata-se, tortura-se, esfola-se em nome de um fervor doentio que justifica atentados contra crianças, velhos, grávidas. Uma nova ordem paira acima de conceitos, virtudes e valores aprendidos ao longo da história à custa de uma evolução obtida com sangue e sofrimentos milenares.
Tudo é válido para que imponha uma "nova sociedade". As consciências entorpecem, anestesiadas pelo desejo de poder, jugo e mando. 
A história da humanidade está repleta de exemplos de barbárie perpetrada por homens brilhantes mas psicóticos que usaram conjunturas e circunstâncias de sofrimento e provação de seus povos para abocanhar o poder. E com ele em suas mãos promoveram horrores e desatinos imprescritíveis.
Esta psicopatia está se alastrando nas hordas petistas. A verdade e a razão foram abolidas de seus dicionários. Conta a sua verdade e a sua razão que a tudo justifica e a tudo valida.
Resta-nos lutar. E se a nossa luta resultar derrota, então a alternativa será a fé e muita oração para que não sejamos subjugados. 
Não tenhamos ilusões. Se o ideário do PT convencer e o povo decidir por mais uma mandato para Dilma Rousseff, serão mais 4 anos a caminho do desmantelamento do estado de direito. E com um agravante: estamos condenados a mais 8 anos de governo Lula logo em seguida. Alguém se ilude que esta não seja a meta do partido? Resultado: 12 anos de obscurantismo. E a reedição de uma baixa idade média, suas atrocidades, ignorância e direitos divinos sobre a vassalagem brutalizada.
Quisera ser a escora
desta abundância tão linda.
Quisera, mas nesta hora
nem acordei ainda.
Homenagem a um sobrinho do coração que breve vai cruzar o Atlântico num barco a remo.

 CORDEL DO MENINO QUE REMAVA

Nasceu louro e branquinho
com olhos azuis demais.
Cresceu no Rio de janeiro
e um dia aportou nas Gerais.
Só pensava em jogar bola
vivia fugindo da escola
com preguiça de aprender.
Um dia tomou juízo e na vida
deu meia-volta-vou-ver.
Foi para Belo Horizonte
estudar no Izabela,
bem ao lado da praça
cujo nome é liberdade.
Me diga meu amigo
sem tem nome mais lindo
do que o nosso logradouro?
Porque não há um tesouro
que se compare à emoção
de ser livre e altaneiro
e de ser mineiro
na terra da liberdade
desta grande nação.

No Rio ficou a saudade,
os sonhos e a vontade
de ficar pra não sofrer.
Mas ele seguiu em frente,
decidido e valente,
queria pagar pra ver.

Dito e feito, não deu outra...
Caezito tomou jeito
e virou bom estudante.
Voltou pro Rio de Janeiro.
Tomou gosto e em direito
o moleque se formou.
Voltou pra casa correndo,
de tudo agora sabendo
de tudo um pouco mais.
Cultura nunca é demais.
E agora bem mais sabido
é Doutor de verdade
com pós-graduação.
Em muitas línguas versado
já sabe falar enrolado,
sem falar do português
que hoje domina arretado
de dar ciúme em letrado
cheio de ostentação.

Mas o saber contagia
e Caezito tomou gosto.
Queria mais e noite e dia,
nunca mais a contragosto,
mais estudava, mais lia,
e das leis se inteirava.
O Brasil ficou pequeno...
Vou-me embora pros states,
disse com opinião.
Romou pro aeroporto
e de mala, merenda e cuia,
sem pra trás virar o rosto,
guardou na mochila o desgosto
e partiu de carreirinha
pra fazer o estrangeiro.

Passou numa tal de Harvard,
universidade de aprumo
e com fama de excelência.
Caezito as noites virava
sem tempo de ir ao banheiro.
Fizesse sol, nevasse ou chovesse
não perdia o interesse,
comendo livro e sanduba
e de manhã bem cedinho,
mal mal a cara lavava,
ligeiro pra aula rumava.
O mestre só vigiando
quando Caezito emborcava.
Não sabia se o aluno dormia
ou o moleque viajava.

Depois da formatura e canudo
Caezito fez as malas e voltou.
Male e mau chegou em casa
e a caixa do correio lotou.
Proposta de emprego adoidado,
com direito a mordomia
em escritório renomado.

Analisados pesos e medidas,
pesado e repensado os poréns,
Caezito ouviu o canto da sereia
e mesmo com a cara feia,
pois São Paulo não é Rio,
encarou a empreitada
e aceitou o desafio
de fazer advocacia
em banca de prestígio.
E para tanto feito louco
mergulhou na papelada
sem tempo pra mais nada.
Lazer que é bom muito pouco,
virando noite e madrugada.
Só contrato complicado
e com muita grana envolvida.
Clientela graúda e fornida,
do Brasil e do estrangeiro,
que tinha mais dinheiro
do que letra em jornal.

Aí que saudade de casa,
das praias e do Fogão.
Minha estrela solitária
brilha no céu solidária
com o meu triste coração.

Caezito se rendeu à saudade
e pegou o primeiro avião.
O que fazer da vida agora?
Direito talvez queira ou não,
pensou lá com os seus botões.
Enquanto isto sonhava
cruzar o atlântico a nado,
de remo, vela ou pranchão.
Pois o melhor da aventura
quase não vale nada
se não tiver emoção.

Juntou uma turma da hora
e traçou uma rota maluca
no meio do grande mar.
Só que o barco é a remo
e no braço vai singrar
o grande mar-oceano
e volta, se não engano,
bem na hora do jantar.
Ponha o seu prato na mesa
que a fome é de além-mar.

O resto da história não conto
que a graça é o perguntar
no que deu a maluquice
de noite e dia remar
por um mar mais perigoso,
cheio de onda e procela,
do que olhar da donzela
que um dia vai te pegar.

Mas uma coisa eu te digo
meu curioso leitor:
mudo o meu nome pra Maria
se mais hoje ou amanhã,
bem ao raiar do dia,
lá no fim do horizonte
não aparecer um mastro
com a bandeira do Brasil.
E se barco vem ligeiro,
furando onda brejeiro
é Caezito voltando.
Vento na cara,
sorriso sobrando.
Eta moleque danado.
Poucos assim já se viu.
É Caezito chegando...
puta que pariu !...
SNPS - Dec. 8243
DILMA TRANSFERE O CONGRESSO NACIONAL PARA OS CORETOS E PRACINHAS DO INTERIOR.
PRAÇA DA BANDEIRA - Por iniciativa da Presidência da República, acaba de ser enviado ao congresso Nacional o Decreto 8243 que cria o Sistema Nacional de Política Nacional de Participação Social e o Sistema Nacional de Participação Social.
A iniciativa do planalto visa criar conselhos que avaliem e decidam quais as prioridades devem ser implementadas e, da mesma forma, detenham o poder de vetar projetos que julguem contrários aos interesses nacionais.
Para adiantar o expediente, faz parte do projeto a exigência de que este seja constituído por 1 metalúrgico, 1 sindicalista,1 operário não especializado, 1 sociólogo, 1 psicólogo, 1 professor universitário, 1 índio, 1 membro do MST, 1 fundador do PT, 1 militante com histórico em passeatas, piquetes, depredações e vandalismos diversos, 1 dimenor com passagem pela antiga Febem e 1 padre egresso da Teologia da Libertação.
A vingar a criação dos tais sistemas, o MST assumirá os projetos da Embrapa e, do mesmo modo, dará a palavra final às Ligas Camponesas em tudo que diga respeito aos projetos, planos e metas do Ministério da Agricultura.
A militância esquizofrênica do PT, animadinha com as chances de aprovação dos sistemas nacionais de participação social, já encaminhou ofício ao Ministério da Guerra exigindo assento no Estado-Maior das três armas para decidir sobre a modernização de armamentos, reavaliação das estratégias face a potencial ameaça argentina, logística e atualização dos conceitos de guerra eletrônica.
No vácuo das enormes possibilidades, O Conselho Indianista do Alto Araguaia liderado pelo cacique Juruá Xingôamãe quer por que quer a demarcação imediata de 8 milhões de Km2 para assentamento das tribos ainda não alojadas em arrozais produtivos, fazendas experimentais e plantações de soja do serrado.
Interpelada por nosso repórter credenciado no Palácio Planalto sobre reações intempestivas do Congresso Nacional que tem reagido sobre a sua perda de representatividade, Dilma Rousseff declarou que os congressistas podem sossegar o facho, uma vez que todos serão empregados nos Sistemas Nacionais de Palpiteiros Social(SINAPAS), órgão de assessoria ao SNPN, mas com todas as regalias e benefícios hoje desfrutados por deputados e senadores.