CONTIDO
Pássaro que não voa vive à toa
Escravo do canto que eu não sei.
Pois tudo que vive enjaulado voa
Em mim que só me guardei.
Escravo do canto que eu não sei.
Pois tudo que vive enjaulado voa
Em mim que só me guardei.
As mágoas, antes se dessem à brisa
Como as pétalas do dente de leão.
E as alegrias raras, à guisa
De venturas, me dessem a mão.
Como as pétalas do dente de leão.
E as alegrias raras, à guisa
De venturas, me dessem a mão.
E me libertassem do escuro quarto
Onde me lamento aprisionado
Como um acorrentado cão.
Onde me lamento aprisionado
Como um acorrentado cão.
O pássaro me olha e farto
Da minha autopiedade, ousado,
Se vinga com uma canção.
Da minha autopiedade, ousado,
Se vinga com uma canção.
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