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06/05/2016

MÃE
Não mais a paz recostada no teu colo,
Muito menos o calor da tua pele de cetim.
Agora só os medos, desamparo e o dolo
Das vilanias que se abatem sobre mim.
Quanto mais cresço mais me apequeno
Diante da empreitada de viver, que é imensa.
Na taça de cristal diluíram o veneno
Servido à guisa de um brinde à presença.
Cresci, mãe, e o meu porte é aparência.
E por mais que eu pareça encorajado
Abatem-me a pequenez e a carência.
Não mais a tua bondade e leniência.
A minha sina está no risco do bordado
Que o destino urdiu na tua ausência.

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