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17/05/2016

CHORORÔ

O Brasil parado, estagnado. A economia em ruínas, déficit bilionário nas contas públicas, escândalos semanais envolvendo o PT e a corja que gravita em torno do partido, saúde indigente, segurança nenhuma, infraestrutura desestruturada, ensino uma lástima.
A evidência do caos chega a ser aberrante. E ainda assim muitos artista protestam contra o fim do Ministério da Cultura. Alardeiam que houve um golpe e que as instituições democráticas estão ameaçadas.
O fanatismo partidário é compreensível entre os ignorantes. É desculpável. Da mesma forma se compreende o apego ao poder por parte daqueles que a 13 anos mamam nas tetas da pátria amada, mãe gentil. Largar o osso é mesmo difícil.
O que me choca é ver a boa parte da classe artística se prestar a este papel fundamentalista, negando os fatos e a verdade com a cara mais limpa do mundo. Afinal, são pessoas cultas, esclarecidas.
Qual é afinal o seu propósito? Será que não sobrevivem sem o patrocínio do governo, direta ou indiretamente?
Se as produções têm qualidade, nunca há de faltar público. Os bons permanecem em cartaz, os medíocres desaparecem. É assim que a banda toca. O mundo artístico, como de resto qualquer atividade, é regido pelas mesmas leis que regulam a economia de mercado. O mercado se depura naturalmente e somente os melhores sobrevivem. Ainda assim há espaço para o meio termo, os mais ou menos, os meia boca.
Se a companhia, o grupo ou a troupe for mesmo de amargar, aí não tem jeito. Baixa-se o pano e os mambembes vão baixar em outros centros, nas cidadezinhas deste brasilzão, onde a qualidade não é questionada por absoluta falta de opção.
Deste que a grana governamental entre, tudo bem. Eles, os artistas, não estão nem aí para os problemas maiores que afligem o povão. Estou enganado? Alguém tomou conhecimento de manifestações de artistas pleiteando melhorias na saúde, educação, segurança? Eles são formadores de opinião. Qualquer atitude sua repercute e tem o poder de influenciar a opinião pública e de ensejar ações governamentais.
Em suma, a se lamentar o egoismo de muitos de nossos artistas puxando a brasa para a sua sardinha enquanto o povão tentar garantir o minguado pão de cada dia.
Farinha pouca, meu pirão primeiro. O espetáculo não pode parar.
O circo primeiro. O pão depois. Se faltar pão, que comam brioches.
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Fernando Antônio de Carvalho

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