Páginas

16/01/2016

Para um amigo que mora no céu
Tem gente que passa por nossa vida e fica.
Chegam do nada,
fazem morada,
vão ficando
e quando se vê
partiram.
Mas desse tempo,
que foi tão curto,
resta presença
feito brisa,
de vez em quando
suavizando
a tarde quente de verão.
Tem gente igual a gente,
tem pais diferentes
mas é irmão.
As almas brincam,
se dão as mãos,
brincam de pique
até a hora do jantar.
O Pai austero,
pura fachada,
mandou entrar.
De manhãzinha
cadê fulano?
Falta alguém na roda,
na queimada,
na pelada,
no bente altas
e no pomar.
Cadê?
Mudou-se.
Pra onde?
A gente cresce,
vira gente,
namora,
casa,
descasa.
A vida segue
e vai se esvaziando
como um balão de festa.
Acabou-se o que era doce.
Cadê o meu amigo?
Lembrei !...
Mudou-se.
Mora no interior.
De mim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário